quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Ex-prostituta tem vida transformada em grupo da Universal

Ex-prostituta tem vida transformada em grupo da Universal

Raabe ajuda mulheres que sofrem ou sofreram maus-tratos









Raabe é um grupo criado dentro da Universal para auxiliar as vítimas de violência doméstica. Idealizado pela escritora Cristiane Cardoso, o projeto desempenha um importante papel na transformação de vidas de mulheres que sofrem ou sofreram maus-tratos.
Desde a sua criação, há quase 3 anos, o projeto vem ajudando milhares de mulheres em todo o Brasil e em alguns países do mundo, prestando apoio especializado, como orientação jurídica, psicológica, assistência social e emocional. 
No Paraná
Na Região Sul do Brasil, o trabalho do Raabe é atuante, com diversas reuniões e palestras. Em Curitiba, capital do Paraná, foi realizado, recentemente, um encontro para tratar sobre a violência doméstica e auxiliar as mulheres que sofrem abusos.









De acordo com a coordenadora do Raabe no Paraná, Alessandra Soares, a ação teve o objetivo de acabar com a impunidade, zelar pela dignidade e amparar as vítimas. “O foco do trabalho induz quem sofreu maus-tratos a se despir do medo e romper o silêncio para resgatar seu valor e respeito próprios”, afirma.
As voluntárias encenaram uma peça teatral na Universal de Curitiba. O esquete tinha uma mensagem motivacional direcionada às mulheres. Houve também depoimentos de vítimas de violência doméstica, que falaram sobre os traumas e como conseguiram superá-los. As voluntárias do projeto conversaram e apoiaram mulheres que foram abusadas. As participantes do encontro ainda receberam exemplares do livro "Melhor que comprar Sapatos", da escritora Cristiane Cardoso.







Em Santa Catarina
Em Florianópolis, o Raabe de Santa Catarina, realizou um encontro no Dia de Combate à Violência contra a Mulher. Cerca de 150 mulheres lotaram o salão do principal templo da Universal na cidade para ouvir orientações de psicólogas e especialistas, em uma palestra cujo tema foi “A culpa”.
De acordo com a coordenadora do projeto em Santa Catarina, Rosângela Alves, infelizmente, muitas mulheres sofrem violência dentro do próprio lar, lugar onde deveriam sentir-se seguras. “Elas necessitam tanto de amparo psicológico quanto emocional; e o projeto foi criado justamente com esse objetivo: valorizar essa mulher, erguendo sua autoestima, visando sua valorização na busca de seus direitos.”







Raabe mudando vidas
Um dos pontos marcantes do evento foi o relato da voluntária Fernanda de Oliveira, que sofreu vários tipos de violência desde a adolescência. Ela contou que, quando tinha 16 anos, sua vida tornou-se um tormento. “Comecei na prostituição. Naquela ocasião já existia um homem que passou a ter controle da minha vida em meio a agressões físicas.”
Ela revela que, com uma semana na prostituição, foiviolentada sexualmente. “Posso dizer que foi a primeira vez que vi a morte de perto. Eu era obrigada a fazer as vontades dele, levando todo o dinheiro que ganhava com os programas nas ruas. Se eu não levasse, era ameaçada. Vivia sob o comando de um homem que me judiava fisicamente e mentalmente.”
As ações de Fernanda tornaram-se automáticas. “Os anos se passaram e eu já não era mais aquela menina de 16 anos, comandada por um homem. Passei a trabalhar em boates, casas noturnas e, devido a tanta dor, passei a ser uma pessoa fria e vazia. Eu era como uma máquina. Não sentia mais dor física, pois era violentada diariamente.”
Ela conta que sentia medo de sair na rua. “Quando acabava a noite, ao tomar banho, eu me esfregava tanto com uma esponja a ponto de me machucar, pois eu queria arrancar aquela imundice do meu corpo. Em desespero, eu me jogava no chão, pedindo socorro, mas era um grito vazio, pois eu não tinha forças para sair daquela situação.”
Fernanda diz que tinha a sensação de uma guerra acontecendo por dentro dela, mas ninguém compreendia o que se passava. “Quem poderia entender e me tirar daquela situação? Não era uma simples depressão. Era enlouquecedor. Eu chorava todos os dias. Nem mesmo as drogas ou as bebidas me faziam esquecer a dor.”
A voluntária diz que teve que querer ajuda. “Lembro-me como se fosse hoje, fui até o altar de Deus e com muita certeza clamei a Ele, falando: ‘Me ajuda a me conhecer ou me mata. Eu não quero mais viver.’”
Deus viu a sinceridade no coração de Fernanda. “Ele me trouxe carregada em Seu colo. Eu estava morta espiritualmente e Ele me colocou sobre o altar e limpou as minhas feridas, me lavou com seu sangue precioso e encontrei o Senhor Jesus dentro de mim. A velha criatura morreu e eu nasci de Deus.”
Hoje, Fernanda tem a certeza de que a transformação foi completa. “Tenho paz, sou amada pelo meu Senhor e Salvador, que foi lá no porão do chiqueiro do diabo e me resgatou, me dando vida, me preenchendo e me mostrando o Caminho e a Verdade.”
Após relatar o que havia lhe acontecido, Fernanda tem a certeza de que está sendo usada por Deus para ajudar a mudar a vida de vítimas de maus-tratos iguais ou piores aos que ela sofreu.
Ela faz um apelo a todas as mulheres que sofrem com abusos e que querem mudar suas vidas: “Você que se encontra perdida, em meio a tantos traumas físicos ou espirituais, venha fazer parte desse projeto. Vamos receber você com muito amor. Vamos conversar e lhe ajudar a superar tudo aquilo que lhe oprime, juntamente com o mais importante, a direção do nosso Deus.”

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