Como dizer não às drogas?
Em São Paulo, cerca de 100 mil jovens participaram de evento de conscientização realizado no antigo Complexo Penitenciário do Carandiru
Nem o calor de 34 graus impediu que cerca de 100 mil pessoas se reunissem no Parque da Juventude, na zona norte da capital paulista. O local foi escolhido, porque ali, há mais de 10 anos, existia um dos maiores presídios da América Latina: o Complexo Penitenciário do Carandiru. O lugar, que foi palco de um terrível massacre em 1992, em que 111 presos foram brutalmente assassinados, hoje ficou marcado pela alegria de milhares de jovens.
Autoridades políticas também estiveram presentes. Souza Santos, que é vereador em São Paulo ressalta o importante papel da igreja na luta contra as drogas, afirmando que “a família também tem que estar envolvida nessa luta, explicando as consequências do uso de drogas, mas a política precisa se aliar a esse tipo de trabalho. O Poder Público tem as ferramentas para combater esse problema, no entanto, é omisso. A igreja acaba ocupando o lugar que o Estado deveria tomar”, destaca.
Nova vida sem drogas
“Conheci as drogas dentro de casa, minha mãe era envolvida com o crime. Comecei com a maconha aos 13 anos. Com o tempo experimentei várias outras drogas: cigarro, bebida, cocaína e o crack.”. Não demorou muito para Eduardo entrar na marginalidade. Foi parar diversas vezes na Fundação Casa, antiga Febem, devido a assaltos. E aos 18 anos foi preso pela primeira vez. Ficou 8 anos encarcerado e, destes, 2 anos foram dentro do Carandiru.
“Foram 2 anos que pareciam uma eternidade. Só de sofrimento e vendo várias coisas horríveis. Além disso, aprendi mais coisas do crime: a mexer com armas e tráfico de drogas. Lá me tornei gerente de uma biqueira”, lembra.
No entanto, Eduardo pôde receber uma oportunidade de mudar de vida. Em 2005, ele conheceu o trabalho do FJU, e lá recebeu o apoio que precisava para largar as drogas: o apoio da fé. “Aqui recebi o carinho e o amor que me faltava. É uma alegria estar aqui hoje, totalmente transformado”.
Grupos de dança, que vieram de várias partes do País, também agitaram a tarde de festa no Parque da Juventude. O “Grupo Atos”, do Rio de Janeiro, “Junto e Misturado”, de Campinas, no interior paulista, e “Elite Dance”, do Rio Grande do Sul, enfrentaram horas de viagem para apresentarem os passos de Hip Hop. Várias bandas de São Paulo também apresentaram seu talento musical para a plateia.
Um desses talentos é Valéria de Jesus, de 26 anos, que faz parte do Coral do FJU de São Paulo. Uma jovem sorridente e alegre, mas que por 9 anos foi escrava de drogas como bebida, cigarro, maconha, lança perfume e cocaína. “Nesse tempo só me destruí. Tinha problemas de saúde, familiares e parei de estudar. Usar drogas só atrasou a minha vida.”
Em outros estados
No Rio de Janeiro, na cidade de Nilópolis, cerca de 40 mil jovens se reuniram e para assistir a apresentações musicais e de dança. Já em Minas Gerais, aproximadamente 10 mil jovens lotaram o Ginásio Poliesportivo Divino Braga, em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte.
Em Santa Catarina, 5 mil pessoas estiveram no Centro de Convenções CentroSul em Florianópolis. O encontro também chegou ao Mato Grosso, Paraíba, Amapá e ainda acontecerá em outros estados brasileiros.
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