quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Domingo da Família Universal

Domingo da Família Universal

Voluntários se dedicam ao atendimento de familiares de presidiários








O dia 16 de fevereiro, um domingo, começa com as famílias sendo abençoadas na Universal. Ainda antes que a reunião de 9h30 tenha início, pessoas se dirigem ao altar para serem ungidas. “Cada pessoa leva proteção para a família toda”, explica o pastor Lucas Nunes, após ungir e orar por cada um ali presente.
É sobre a família que toda a sociedade se sustenta. Por meio dela cada pessoa aprende a ser o melhor que pode, e somente apoiando-se uns aos outros é possível superar todas as barreiras que se impõem no caminho.
No estacionamento da Universal da João Dias, em Santo Amaro, São Paulo, vários estandes estão espalhados. Cada um deles com um serviço social direcionado aos familiares de presidiários presentes. Assistentes sociais, ginecologistas, orientadores em relação a documentos, oftalmologistas, consultores jurídicos, enfermeiras para medir pressão arterial... Serviços importantes, com expectativa de atender cerca de 600 pessoas geralmente sem acesso a eles.
“Esse tipo de trabalho é muito importante porque oferece apoio a quem está precisando”, esclarece o bispo Afonso da Silva, responsável pela evangelização dentro dos presídios. “A maioria dos familiares não tem condição financeira e social de ter esses serviços. Então, quando a Universal trás isso até essas pessoas, está complementando o trabalho realizado dentro dos presídios, oferecendo apoio também às famílias.”
“Eu precisava agradecer”
O obreiro Marcelo Ribeiro é um dos voluntários que colaboram na evangelização tanto de presidiários quanto de familiares. Por já ter vivido as duas realidades, pode se aproximar com conhecimento de causa de quem está pagando por seus erros.
Marcelo perdeu sua mãe aos 10 anos de idade e, pouco depois, viu seu pai casar-se novamente. Sem conseguir compreender aquilo, revoltou-se contra a madrasta. Se dentro de casa as atitudes eram desrespeitosas e violentas, fora, seguiam o mesmo rumo. Marcelo logo se envolveu com quem não devia, passou a usar drogas e, em pouco tempo, era um criminoso.
“Aos 15 anos ninguém me segurava. Eu já estava fazendo assalto à mão armada e usando cocaína. E com 18 anos eu fui preso. Fiquei 3 anos e 3 meses preso.”
A vida de Marcelo poderia ter seguido o destino de milhões de outras, morte ou prisão, mas alguém de sua família não permitiu que isso acontecesse. A sogra de sua irmã o levou até uma Universal.
“Ela me falou para ir lá agradecer por estar vivo e eu vi que realmente eu precisava agradecer. No dia em que eu pus os pés aqui Deus colocou um DVD na minha mente e mostrou o filme da minha vida inteira. Foi quando ‘caiu a ficha’ para mim e eu me entreguei para Deus.”
Não foi fácil. No início Marcelo não conseguiu resistir a todos os prazeres do mundo. Entretanto, a família fez valer sua força e teve seu esforço reconhecido. Marcelo largou as drogas, as más amizades e casou-se com a cunhada de sua irmã, filha da mulher que o levou até Deus. Hoje, após 13 anos de vida em Cristo, valoriza a família e se esforça para mostrar a todos o quanto ela é importante.
“A família é quem mais sofre. Ela fica presa também. Toda semana eles estão lá. Se a pessoa ficar lá 10 anos, por 10 anos a família vai ter essa rotina. Além disso, mesmo que a família inteira trabalhe, é taxada como bandida pela sociedade e todos se afastam”, reconhece Marcelo. “É nessa hora que a Universal entra. Porque eles precisam da Palavra. Eu fui preso, mas também vi outra pessoa ser presa na minha família. Eu sei como é.”
Como o bispo Clodomir Santos disse na a oração dedicada especialmente aos voluntários dos presídios durante a reunião, essas pessoas renegam a si mesmas para pensar no próximo. Estão lá semana após semana, mês após mês, levando uma palavra de alento, fé, carinho e amor.

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