Gravidez na adolescência

Grupo T-Amar auxilia meninas grávidas, muitas vezes rejeitadas pela família e pelo próprio companheiro

Os conflitos que uma gravidez na adolescência pode causar são muitos. Não bastasse a fase de mudanças, tanto no corpo como na cabeça, a menina não está totalmente preparada para iniciar uma gestação e, quando isso acontece, nem sempre ela está disposta a encará-la. Nem ela, nem o companheiro, que, na maioria das vezes, tem a mesma idade.

Mesmo assim, é grande o número de jovens que engravidam em todo o Brasil e pelo mundo, o que traz consequências tanto externas – na família, na escola – como internas – angústia, depressão, medo.

É por isso que a Universal desenvolveu o projeto T-amar, que visa auxiliar e orientar a mãe adolescente.

“Ser mãe solteira não é o fim”

Em Minas Gerais, por exemplo, o trabalho foi lançado em 22 de dezembro de 2012, dando início às atividades em janeiro de 2013. De acordo com a coordenadora do grupo no estado, Adailza Silva, desde então, o projeto oferece às mães atendidas apoio espiritual e emocional, bem como atendimento jurídico, médico-ginecológico, psicológico e de assistência social, com a ajuda de profissionais voluntárias.

Atualmente, em Belo Horizonte (onde fica a sede do grupo no estado) o projeto conta com cinco advogadas, uma assistente social, uma ginecologista/obstetra e uma psicóloga.

“As mães solteiras participam mensalmente de encontros com palestras motivacionais, em que se busca conscientizá-las de seu valor próprio, ajudando-as a resgatar a autoestima e autoconfiança. Procuramos mostrar a elas que ser mãe solteira não é o fim, pois é possível continuar a busca por uma vida realizada.” 

De acordo com Adailza, paralelo aos encontros, as voluntárias do T-Amar também realizam evangelizações em comunidades, visitas às mães solteiras, palestras em escolas, acompanhamento das mães que deram à luz, doações de cestas básicas e kits para o bebê e enviam mensagens no celular das mamães duas vezes por semana, com uma palavra de força e auxílio.

“Também encaminhamos essas mães para que façam inscrição junto ao Cadastro Único, para obtenção de benefícios sociais, e as incentivamos e auxiliamos em cursos profissionalizantes gratuitos oferecidos por diversas instituições, a exemplo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Atualmente, já temos mães que são referência no local onde moram e frutos do trabalho do T-Amar, ou seja, por meio da mudança delas, outras mães são estimuladas a conhecer o nosso projeto”, destaca a coordenadora. 

Palestra

Um bom exemplo de toda essa dedicação aconteceu, recentemente, em Belo Horizonte, na sede do T-Amar, quando a advogada e analista de registros empresariais da Junta Comercial de Minas Gerais(Jucemg), Maria Flores (foto ao lado), esteve presente palestrando às meninas.

O tema do encontro foi “O talento”, e a profissional falou sobre empreendedorismo e quais os passos para se tornar uma microempresária.

“As dicas apresentadas foram importantes para inspirar as mães a deixarem de ser ‘empregadas’, e, por meio de seu próprio talento e esforço, alcançar a independência financeira. Dicas para montagem de bijouterias e confecção de doces como cupcakes foram sugeridas às mães presentes no encontro”, lembrou Adailza.

“O mais importante que quero que vocês guardem dessa palestra é: ‘Vocês podem!’ Repita sempre para si mesma: ‘Eu posso!’ E acredite no seu sonho, persista nele, enfrente os obstáculos e vença-os. Seu sonho vale a pena.”, ressaltou a palestrante.