São Gabriel da Cachoeira fica no coração da Amazônia
Distante 858 quilômetro da capital, Manaus, São Gabriel da Cachoeira é um município do Amazonas que tem cerca de 90% da sua população formada por indígenas. Dono de paisagens deslumbrantes que impressionam qualquer um, o lugar ganhou destaque após a Polícia Federal prender nove pessoas suspeitas de abusar sexualmente de meninas índias. Na operação, que aconteceu em maio deste ano, políticos, empresários e comerciantes suspeitos foram detidos.
Sabendo desse e de muitos outros problemas que assolam a população, voluntários da Universal decidiram agir. Desde 2007, a instituição está presente no local, onde por meio de seus voluntários faz visitas constantes às comunidades, aos pacientes da Casa de Saúde do Índio (Casai) e ao presídio da cidade, com o objetivo de levar palavras de ânimo e de esperança. Trabalhos especiais, a exemplo do Godllywood, também são realizados com as adolescentes, que recebem orientação e desabafam sobre os conflitos familiares enfrentados dentro do lar.
“Temos o caso de uma moça que era constantemente assediada pelo próprio pai, mas conseguiu perdoá-lo e agora ajuda outras pessoas que sofrem com a mesma situação que ela um dia passou”, explica o pastor Carlos Daniel, atual responsável evangelístico da região.
A comunicação entre os missionários e os índios não é nada fácil, uma vez que existem mais de 20 etnias e diversas línguas faladas entre eles. “Na maioria das vezes temos que pedir ajuda aos obreiros que falam esses idiomas para nos ajudar com a tradução”, ressalta o pastor.
A comunicação entre os missionários e os índios não é nada fácil, uma vez que existem mais de 20 etnias e diversas línguas faladas entre eles. “Na maioria das vezes temos que pedir ajuda aos obreiros que falam esses idiomas para nos ajudar com a tradução”, ressalta o pastor.
Conseguir ser compreendido não é o único desafio. Atualmente, Carlos Daniel mora na cidade, porém ele explica que para evangelizar nas comunidades ribeirinhas é preciso enfrentar horas e até dias viajando de barco. “Lidamos com as cheias, pedras escondidas e a falta de alimentação, pois aqui os alimentos demoram muito para chegar e, às vezes, já vêm vencidos, como carne e aves”, relata.
Depois de tanto sacrifício para chegar aos lugares afastados, os voluntários não se limitam apenas ao apoio espiritual, mas distribuem roupas e alimentos aos carentes, que muitas vezes dependem apenas do que é dado pela Universal. Também são oferecidos cursos para as mulheres que desejam ganhar alguma renda. Elas aprendem a fazer sabão em barra, bolos, sandálias decoradas e outros artesanatos.
Novo templo
Para intensificar esse trabalho, no último dia 18 de novembro, um novo templo foi aberto na Estrada da Cachoeirinha, com capacidade para 350 pessoas sentadas. Durante a inauguração, mais de 600 participantes lotaram o local em busca de orações e mensagens de fé. Muitos se deslocaram de perto, porém boa parte enfrentou até um dia de viagem em cima de canoa feita de tronco de árvore e só voltaram para casa no dia seguinte, pois tiveram que dormir na cidade pela falta
de transporte.
de transporte.
“Esse novo templo está sendo procurado por muitos, pois fica em um lugar de fácil acesso e bem visível. Eu tenho certeza que muitas pessoas serão ajudadas. Agora vamos focar nas regiões ribeirinhas, pois queremos que todos tenham a vida transformada por Deus”, finaliza o pastor.
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