quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Ele diz que matava por raiva

Ele diz que matava por raiva

Tiago Rocha, réu confesso de 29 assassinatos, alegou ter sofrido abusos na infância








Reservado, introvertido e discreto. O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, foi descrito dessa forma pelos colegas de trabalho. No entanto, como afirmou Freud, “todo homem é um abismo” e por trás da aparência tranquila se escondia um homem traumatizado, com raiva e um enorme desejo de matar. A estudante Ana Lídia Gomes, de 14 anos, baleada por ele em um ponto de ônibus no dia 5 de agosto deste ano teria sido a 29ª e última vítima do vigilante. Inicialmente, ele havia assumido a autoria de 39 assassinatos, mas depois voltou atrás e assumiu 29. Todos os crimes, ocorridos a partir de 2011, envolviam homossexuais, moradores de rua e, principalmente, belas jovens (Fotos abaixo).
Tiago foi preso no último dia 14, após uma força-tarefa da Polícia Civil de Goiânia composta de 150 homens conseguir capturá-lo. De acordo com os delegados que o interrogaram, ele confessou os crimes e deu detalhes de cada um ao ouvir o nome da vítima. Na prisão, alegou ter feito isso porque foi vítima de assédio sexual e bullying na infância e disse que precisa de ajuda psiquiátrica para tratar o que ele definiu como um profundo “sentimento de raiva”. Os delegados ainda afirmaram que o vigilante assistia à repercussão dos crimes na televisão para anotar o nome das vítimas e conferir se elas de fato morreram. Ele ainda declarou que continua sentindo vontade de matar e perguntou aos agentes penitenciários se, caso matasse um dos presos, responderia criminalmente por isso.
Em entrevista exclusiva à Folha Universal, o psicólogo forense Leonardo Faria, responsável por traçar o perfil psicológico de Tiago e que tem vasta experiência em outros casos de grande repercussão na mídia – como o da menina Lucélia Santos, torturada pela patroa em 2009, e de Aparecido Souza Alves, réu confesso do assassinato de sete pessoas e morto em acidente de helicóptero em 2012 –, disse que ainda é cedo para chegar a um diagnóstico sobre Tiago, mas que algumas características já podem ser observadas. “Temos que analisar primeiramente se ele tinha capacidade de entender o que fez. É um trabalho minucioso e que será feito em inúmeros encontros com ele”, revela.






Para o psiquiatra Marcelo Feijo Mello, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a violência que Tiago sofreu na infância pode estar relacionada aos crimes que cometeu. “Um psicólogo chamado Tremblay acompanhou milhares de crianças até a idade adulta e descobriu que aquelas que sofreram abusos ou já apresentavam algum comportamento agressivo tinham até sete vezes mais chances de ter problemas criminais quando adultos”, disse ele, que ainda ressaltou que “muitos fatores além do trauma de infância estão associados ao comportamento de raiva, como transtornos de personalidade específicos”.
Conforme explica o psicólogo forense, muitos acusados de homicídio também alegam ter sido vítimas de algum trauma na infância. “Se pegarmos a literatura policial veremos muitos casos em que o acusado diz que sofreu abuso sexual na infância. Acredito que isso pode sim estimular o comportamento agressivo no futuro, mas não é determinante. A criança que sofreu maus-tratos pode vir a se tornar o homem que maltrata a mulher, um estuprador e até um assassino. No caso do Tiago, temos que analisar se ele é do tipo que inventa histórias ou se é coerente nos argumentos”. Ele ainda acrescenta que a raiva é geralmente uma reação. “Uma reação a quê? A algo que o sujeito julga indigno, pode até ser ele próprio, se ele se sente indigno de um grupo na sociedade, por exemplo.”
O fato de Tiago ser réu confesso pode ou não enquadrá-lo na definição de assassino em série, termo mais conhecido em inglês na literatura policial como serial killer. “Tem uns que confessam e outros não. O fato de confessar os crimes pode expressar uma autoafirmação. Ele ganha atenção da sociedade e da mídia. Serial killers são muito egocêntricos e gostam de poder, mesmo que seja um poder associado a algo negativo, mas ainda não podemos afirmar que é o caso do Tiago”, esclarece.






A frase do intertítulo da próxima página foi slogan na campanha política do advogado e vereador Ari Friendebach (PROS), cuja filha Liana, de 16 anos, foi brutalmente violentada e assassinada enquanto acampava com o namorado, Felipe Caffé, de 19 anos. O caso chocou o País em 2003 e reacendeu o debate sobre a redução da maioridade penal, já que um dos envolvidos no crime do casal era menor de idade. No entanto, apesar da dor e do trauma de ter perdido a filha em um episódio tão violento, o advogado explica que preferiu transformar sua dor em ação positiva para mudar as leis. “No meu caso, procurei debater o assunto correlato à morte dela para que outros pais não vivam o mesmo. A discussão sobre a redução da maioridade penal virou um tema de debate político público”, ressalta.
Mesmo tomado pela dor, o advogado explica que precisou encontrar forças para lutar. “Aprendi a conviver com essa tragédia, senão eu seria mais um morto. Participar de um debate político ou ser voluntário em uma ONG são caminhos que ajudam a pessoa a se reerguer. Você se torna necessário para a sociedade e isso ajuda a não se deprimir”. Além disso, ele explica que o ódio que sentiu foi fundamental na sua luta política. “O ódio foi meu combustível. Você pode canalizá-lo de várias maneiras: se transformar em um matador em busca de vingança, se deprimir ou fazer algo positivo. Acho que optei pelo melhor caminho: tentar fazer uma sociedade melhor”, diz.






E existe volta para aqueles que decidem pelo pior caminho, mas depois percebem o erro? Isso aconteceu com o comerciante autônomo Edimario Leite de Santana, de 50 anos, que cometeu dois homicídios. “Na hora de matar, a pessoa fica dominada por um ódio, não é uma situação normal. Quando uma criança nasce quem é que diz que ela vai virar um estuprador, um ladrão? O problema só pode ser espiritual”, conta ele, que depois de quase dez anos preso em regime fechado admite ter se arrependido do que fez. “O primeiro eu ajudei a matar, arrumei a arma para uma amiga e espanquei o cara antes. Eu nem o conhecia”, relembra.
O segundo crime foi cometido no mundo do tráfico. “A pessoa que eu matei falou que me mataria e havia assassinado um amigo meu. Fui até a boca de fumo que ele ficava, o avistei e perguntei: ‘você lembra do que fez?’. Nem dei tempo para que ele respondesse. Fiz três disparos, dois na cabeça e um no peito, tinha que garantir que ele morreria, porque se sobrevivesse se vingaria depois”, conta. Preso pelos crimes que cometeu, Edimario fugiu e voltou para o submundo do tráfico. “Mas uma vizinha me convidou para ir à Universal. Foi a primeira vez que ouvi que minha vida poderia ser diferente e aquilo teve um impacto muito forte porque eu não tinha perspectiva, continuaria matando para sobreviver”, afirma.
Determinado a mudar, ele sabia que precisaria pagar pelo que fez e, por isso, foi a uma delegacia se entregar. “Eu já havia decidido dentro de mim que o segundo cara que eu matei ia morrer, eu odiava ele. Um ódio desse tamanho só pode ser curado pelo amor de Deus, que eu não conhecia na época. Quem garante que se eu não o tivesse matado, ele teria encontrado o mesmo caminho que eu?”, pondera ele, que hoje é voluntário em trabalhos dentro de presídios. “Todo tempo que estive preso eu já estava convertido e fui exemplo lá dentro. Ajudei a converter outros presos. Hoje eu digo a eles que não podemos viver com a culpa. Eu paguei na lei dos homens e tenho certeza que estou perdoado. Mas é o arrependimento sincero que só Ele conhece que nos livra da culpa”, finaliza.









Milhares de Bíblias são ofertadas pelos membros da UNIVERSAL  para os jovens internos da Fundação CASA de São Paulo.


0s obreiros(as) e membros da UNIVERSAL,reconhecendo que os maiores problemas dos jovens internos da Fundação Casa (antiga FEBEM) é espiritual fizeram doações de milhares de Bíblias para todos os internos e famílias da Fundação Casa de São Paulo. O objetivo principal é proporcionar meios para que o adolescente receba formação espiritual necessária para que haja mudanças em seu comportamento, acarretando assim, uma transformação em suas vidas e bom exercício da cidadania .



















































"Procuramos conscientizar os jovens e famílias que a verdadeira direção para nossa vida vem da Palavra de Deus quando guardamos no nosso coração e usamos com toda a nossa fé inteligente disse Pastor Geraldo Vilhena Coordenador Geral de Evangelização em Unidades da Fundação Casa de São Paulo. Agradecemos a todos os obreiros e membros pela atitude de fé de doar estas milhares de Bíblias.




"Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos".
Salmos 119,10

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